22/06/2021

"Não será com gritos nem intolerância que o presidente impedirá ou inibirá o trabalho da imprensa no Brasil", afirma nota da Rede Globo

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), nesta segunda-feira (21), se irritou e mandou a repórter Laurene Santos da TV Vanguarda, afiliada da TV Globo, calar a boca ao ser questionado sobre não utilizar máscara durante um evento em Guaratinguetá, no interior de São Paulo.

A Rede Globo se pronunciou sobre o episódio e repudiou o ataque de Bolsonaro à repórter da emissora afiliada por meio de nota lida na Globonews e na própria emissora no horário do Jornal Nacional (JN).

Íntegra da nota da Globo:

“O presidente Jair Bolsonaro falou hoje sobre marca de 500 mil mortos por COVID no Brasil alcançada no sábado. Foi em viagem a Guaratinguetá, interior de São Paulo, durante conversa com jornalistas que o questionaram se gostaria de dizer alguma palavra sobre as mortes. Bolsonaro disse que lamenta todos os óbitos e em seguida voltou a defender o uso de medicamentos ineficazes contra a COVID.

Na mesma entrevista, o presidente destratou a repórter Laurene Santos, da TV Vanguarda, afiliada da Globo. Laurene perguntou por que ele tinha chegado à cidade sem máscara mesmo tendo sido multado recentemente em São Paulo por não usar a proteção. Bolsonaro disse “eu chego como eu quiser, onde eu quiser, eu cuido da minha vida”. Em seguida, tirou novamente a máscara. A repórter tentou explicar que o uso da máscara é exigência de lei. Mas o presidente mandou a repórter calar a boca e insultou a Globo com palavrões.

A Globo e a TV Vanguarda repudiam o tratamento dado pelo presidente à repórter Laurene Santos, que cumpria apenas o seu dever profissional. Não será com gritos nem intolerância que o presidente impedirá ou inibirá o trabalho da imprensa no Brasil. Esta, ao contrário dele, seguirá cumprindo o seu papel com serenidade. À Laurene Santos, a irrestrita solidariedade da Globo e da TV Vanguarda”.

Por Alderi Dantas, 22/06/2021 às 05:31

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