28/04/2017

Discurso do “retrovisor” da gestão Gustavo Soares não cola mais

É comum aos novos gestores de uma administração (seja ela pública ou particular), olhar para o retrovisor e nele se ancorar para dar seus primeiros passos. Com um espólio bom ou ruim, é preciso iniciar o trabalho, levantar demandas e dar formato e personalidade própria à gestão. No entanto, a turma do prefeito Gustavo Soares (secretários, vereadores, etc) e ele próprio parecem desconhecer esta premissa. Próximo a iniciar mais um mês dessa gestão, é inaceitável que a exacerbação do discurso político baseada no campo de visão do “retrovisor” continue sendo o único argumento para justificar o que já poderia ter sido feito, mas ainda não o foi.

Contra os fatos ululantes – serviços públicos piorados (sem exceção), um crescente nepotismo nos espaços da administração, dificuldade do prefeito em lidar com questões do cotidiano da cidade –, Gustavo e “seus guias” deveriam ter, no mínimo, humildade para reconhecerem o óbvio: é preciso virar a página.

Eleito, diplomado e empossado prefeito, Gustavo Soares deve usar a caneta para ser a solução para as demandas comuns ao município do Assu.No entanto, até aqui a gestão busca unicamente alisar a base da pirâmide social com o barulho das festas (Carnaval) e o viés religioso (Semana Santa – com o espetáculo do peixe e São João).
Já os programas Escola Melhor, Remédio em Casa, Aluno Universitário, Centro de Controle de Zoonoses, Cultura na Praça, Praça Livre (Wi-fi), Centro de Especialidades Médicas, Guarda Municipal, entre outros compromissos e propostas que introduziram na mente e nos corações do cidadão durante o jogo político vagam na escuridão.

Se a realidade é, portanto, mais dura do que a verborragia aliada, não dá para aceitar que se perca tanto tempo com discussões inúteis sobre uma suposta “herança maldita”. Ou ainda, se acredite que a população irá dar crédito ao discurso do “retrovisor” por tanto tempo ou de frases como a que foi lançada no perfil de uma rede social do prefeito nesta sexta-feira, 28, dia internacional da Educação: “A educação é o princípio e a base para a vida de qualquer cidadão, valorize-a!”, quando a gestão não valoriza o transporte escolar, não valoriza a merenda e não valoriza o pagamento em dia dos professores. Assim, vamos deixar o passado no passado. Ou não é esta a gestão que usa as palavras “Gente cuidando de gente”?

Na porta de entrar no quinto mês da administração já passou do tempo de sair do discurso do “retrovisor” e partir da teoria para a prática.

Por Alderi Dantas, 28/04/2017 às 22:41

26/04/2017

O que o Assu espera de Gustavo Soares?

Se não estou enganado, em primeiro lugar, o que o Assu mais espera de Gustavo Soares é que ele “vista-se” de prefeito. Não há mais tempo a perder. O Assu espera também que ele não traia seus compromissos, ou seja, que cumpra com suas propostas e torne-se um eficiente operador de ações administrativas em vez de ficar apenas na leitura de diagnósticos do passado. Os males já estão apontados – e todos os dias a população repete-os nas ruas e nas redes sociais – e os remédios são facilmente identificados. Portanto, é arregaçar as mangas e fazer as coisas acontecerem.

Assim, senhor prefeito, mesmo sendo um “Zé Ninguém” (apelido que ganhei esses dias por alguns “Zé Ninguém de Verdade” que acompanham vossa excelência) deixo aqui pequenas lições, baseado ‘talvez’ nas palavras de Lincoln: “podeis ludibriar uma parte do povo durante o tempo todo, ou o povo durante algum tempo; mas não podereis ludibriar o povo durante o tempo todo”.

Primeiro: tenha espírito de estadista, acredite que das suas ações, realizadas com responsabilidade, podem transformar a realidade. Mas pense na cidade, nos munícipes, não dá mais para transformar prefeitura em um balcão de negócios particulares.

Segundo: pelo amor de Deus tenha compaixão para com as pessoas, não usem do sofrimento e da pobreza delas para manterem este ciclo vicioso da miséria eleitoral. Pois é isto que vem acontecendo há séculos e não tem sido diferente nos últimos quatro meses. Não dá mais para ficar mendigando pedidos de atendimento médico, transporte para creches e escolas, recebimento de remédios, entre outros casos.

Terceiro: lembre-se que você é o nosso representante, trabalhe para e em função do povo. Você é nosso empregado, muito bem pagos por sinal, para cuidar das nossas coisas, do bem comum, do patrimônio público que é de todos nós.

Quarto: queira deixar o vosso nome para a história, não de forma negativa, mas como aqueles que colocaram o município na rota certa, com uma nova cara, vivenciando as mudanças que todos queremos e precisamos.

Quinto: saiba gerir o dinheiro público, precisamos urgentemente de uma gestão eficiente, que busque resolver as prioridades, que não são poucas. Não dá mais para ver tanto dinheiro ser mal gasto.

Sexto: a forma atual de se fazer política no Brasil e, consequentemente, no Assu está esgotada, apadrinhamento, inchar a máquina pública com apoiadores partidários, toma lá dá cá, agradinhos, escolher as pessoas erradas para ocuparem cargos estratégicos, não deveriam mais fazer parte da nossa forma de fazer política. Se seguir esta fórmula, saiba que caminha inevitavelmente para o fracasso. A história nos mostra que não é mais possível continuar assim, basta, chega!

Sétimo: queira pagar o preço de ser justo em vez de realizar uma gestão de justificativas. Tenha a coragem de fazer o que é preciso, e não o que simplesmente agrada. Infelizmente, se formos fazer somente o que agrada, provavelmente nunca faremos o que é preciso. Como diria Platão, é preciso sair da caverna para contemplar a beleza da vida, quem vive somente dentro dela acostuma com a escuridão.

Há um ditado popular que diz que “de boas intenções o inferno está cheio”, precisamos, portanto, de atitude, de ações eficazes, de medidas realmente transformadoras. E isto agora está nas mãos do senhor, pois como todos dizem, o senhor possui o poder da caneta.

Enfim, esperamos por dias melhores para que não continuemos com a sensação de que o discurso salvacionista e as poses fotográficas foram apenas artimanhas para conquistar o poder a qualquer preço.

Por Alderi Dantas, 26/04/2017 às 10:46 - Foto: Assessoria Gustavo Soares (12/07/2016)

24/04/2017

O doutor precisa “vestir-se” de prefeito do Assu

Um irreparável prejuízo corrói o futuro de crianças e jovens do Assu – diante de uma gestão que não compreende o valor de um dia sem aula nas escolas –, e crianças e adultos vivem uma dramática agonia diária sem assistência médica em todo o município. Creio que basta citar essas duas questões
para que os cidadãos compreendam que de verdade o Assu oficial está paralisado, imobilizado e, pior, se deteriorando.

Mas, enquanto essa tragédia habita o dia-a-dia dos assuenses, o doutor e o seu irmão deputado estadual fazem política de forma primitiva, com falta de objetividade na discussão de planos e metas para o município, e com sobra de efeitos especiais capazes de superar Spielberg no Parque dos Dinossauros. Ou será que não é primitivo iniciar um ano letivo com falta de professores, transporte escolar e material didático; usar o plenário da Assembleia Legislativa do RN para uma fala-espetáculo para elogiar um doutor-prefeito por ter distribuído peixe na semana santa ou, ainda, soltar um carro de som nas ruas do Assu para zoar por toda uma manhã anunciando uma entrevista em uma rádio local.

É preciso refletir sobre a realidade assuense, em que o doutor eleito e empossado prefeito pede 180 dias de paciência. Agora imagine que 180 dias é igual a 6 meses ou o equivalente a 50% do primeiro ano do mandato. E aí surge a realidade que mais fere e mais dói: esse tempo não será recuperado.

Urge, portanto, lembramos que a criação do Escola Melhor, Remédio em Casa, Aluno Universitário, Centro de Controle de Zoonoses, Cultura na Praça, Praça Livre (Wi-fi), Centro de Especialidades Médicas, Guarda Municipal entre outros programas prometidos foram ótimos instrumentos de propaganda eleitoral e até fez uma massa maioritária acreditar nessa realidade, mas precisam sair da saga do retrovisor e virarem realidade. Está evidente que “descontruir” não basta. É preciso construir também.

Pois é, como o prometido não sai dos panfletos da propaganda política a cada dia a cidade incha e se entope de angustia e irritação haja visto já ter percebido que a proposta da gestão amparada no slogan: Gente Cuidando de Gente, não conferi no geral, apenas no particular. Assim, os problemas da cidade e os erros de gestão se acumulam, sem que o povo do Assu conheça iniciativas razoáveis por parte da gestão para resolver uns e corrigir outros.

O Assu precisa de pequenas coisas, começando pelo respeito, transparência e zelo para com a coisa pública. Mas, pede antes de tudo que o doutor “vista-se” de prefeito.

Por Alderi Dantas, 24/04/2017 às 00:10