12/04/2019

BR 304: duplicação sem fim

Depois de um longo período fora da pauta política, a duplicação da BR-304 retornou na última terça-feira, 9, quando o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, externou a vontade de iniciar um estudo para viabilizar a obra com uma concessão privada. A declaração foi dada durante uma audiência com a governadora Fátima Bezerra e a bancada federal. “O Governo não teria recursos a curto prazo para isso (a obra) e por isso a gente imagina recorrer à iniciativa privada. É uma obra que está no rol de prioridades”, declarou Tarcísio. 

A BR-304 é a estrada que liga as pontas leste e oeste do Rio Grande do Norte ao longo de 307 quilômetros, até a fronteira com o Ceará. De lá, ela segue até Russas, cidade cearense distante 74,1km de Mossoró. A estrada percorre 10 cidades e é caminho central para estradas secundárias, levando a pelo menos outras 12 cidades. Por toda essa extensão, é considerada uma das mais importantes do Rio Grande do Norte – senão a mais importante. Ela é o caminho que liga Natal, capital do estado, a Mossoró, a segunda maior cidade estadual, e Fortaleza, capital do Ceará.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) estima que o tráfego de veículos no local chega a 20 mil por dia, na saída de Natal. A maioria são de carros particulares, mas a estrada é o principal caminho das cargas de frutas produzidas nas regiões do Vale do Açu e do Oeste, que vão em direção à Europa por meio do Porto de Natal. Há alguns anos, essas cargas colocaram o Rio Grande do Norte como maior exportador de frutas do Brasil, crescendo o número de pedidos de duplicação da 304 para reduzir tempo de viagem e aumentar a segurança, principalmente.

Historicamente, a BR-304 foi considerada uma estrada perigosa devido ao grande número de acidentes. Uma das razões é de que é uma reta, propiciando o excesso de velocidade. Os dados da PRF mostram 307 acidentes no ano passado, que resultaram em 28 mortes. Em 2017, o número chegou a ser pior: 40 mortes em 348 acidentes.

O discurso de duplicação da estrada é antigo. Em 2013, a então presidente Dilma Rousseff esteve em Natal para anunciar a duplicação da Reta Tabajara e garantiu que a BR304 estava com a mesma obra prevista no Programa de Aceleramento do Crescimento (PAC). Dois anos depois, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) concluiu um estudo de viabilidade da obra, estimando um custo de R$ 1,7 bilhão. Mas a obra nunca foi iniciada.

Postado em 12/04/2019 às 15:12 - Com informações e fotografia da Tibuna do Norte

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