11/06/2021

Por que Brasil ainda não pode relaxar uso de máscaras

Amplamente recomendada por cientistas e alvo de desdém do presidente do Brasil ao longo da pandemia, o uso das máscaras continua muito necessário pela população brasileira.

O baixo número de pessoas completamente vacinadas contra a Covid-19 (cerca de 11% da população) e a alta taxa de transmissão do vírus, com a média móvel de novos casos da doença acima de 50 mil por dia, são os principais que não permitem que a população deixe de usar as máscaras neste momento —incluindo os que já receberam algum imunizante ou já foram infectados pelo Sars-CoV-2.

Outras partes do mundo que já chegaram a um controle da doença e percentual de vacinados bem maiores do que o Brasil estão discutindo o relaxamento do uso de máscaras para quem foi imunizado — e mesmo assim tais medidas estão sendo alvo de debates e críticas por boa parte da comunidade científica.

O Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos anunciou em abril que pessoas com a vacinação completa podem deixar de usar máscaras na maioria dos lugares — com exceção por exemplo da rede de transportes, hospitais e prisões. O governo britânico também está conduzindo alguns estudos para avaliar a possível flexibilização de medidas preventivas contra a covid-19, incluindo a exigência de máscaras.

"Os Estados Unidos e a Europa começaram a discutir isso com baixos níveis de contágio, mortes e variantes circulantes. É outra realidade, absolutamente incomparável com o Brasil", diz o médico Estevão Urbano, diretor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).

O médico epidemiologista Antônio Augusto Moura da Silva, professor do Departamento de Saúde Pública da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), compartilha da perplexidade do colega.

"Lá fora, a decisão foi tomada baseada na alta eficácia das vacinas, uma cobertura vacinal que já chegou a 50%, e a circulação viral baixa. Há um controle muito maior do que o nosso. No Brasil, a doença está solta", diz Silva, acrescentado que a discussão não faz sentido no Brasil.

Por Alderi Dantas, 11/06/2021 às 21:16

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